AMAZÔNIA COM OS DIAS CONTADOS??

A floresta amazônica brasileira está com os dias contados e desaparecerá totalmente em 2080 caso o ritmo de desmatamento atual seja mantido. A afirmação é do especialista Philip Martin Fearnside. De acordo com Fearnside, coordenador de Pesquisas em Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), este é o provável cenário da região quando se considera a atual taxa de desmatamento e de incêndios. Fearnside falou nesta quarta-feira no seminário internacional "Aquecimento Global: a responsabilidade do poder legislativo no estabelecimento de práticas ambientais inovadoras", organizado pela Câmara dos Deputados. Criado nos anos 50, o Inpa é uma das instituições científicas mais reconhecidas no estudo do ecossistema da Amazônia. O Brasil será um dos países mais prejudicados pelo aquecimento global, e por isto deve assumir uma liderança internacional no combate ao desmatamento, disse Fearnside. Algumas pesquisas indicam que, em função do aquecimento global, a temperatura média da Amazônia pode aumentar 14°C, o que terá efeitos devastadores na região.

Já o coordenador de Pesquisas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Paulo Moutinho, disse que o Brasil é um grande emissor de gases do efeito estufa e que 75% destas emissões são provenientes do desmatamento. Do total, 70% está diretamente ligado às queimadas para abrir pastos para a criação de gado. O Brasil é hoje o principal exportador mundial de carne bovina. Moutinho disse que os países em desenvolvimento deveriam receber compensações pela conservação de suas florestas, proposta tratada em círculos diplomáticos pelo governo Lula. Para reduzir em 60% a emissão de gases, o Brasil precisaria de US$ 1 bilhão a US$ 5 bilhões por ano. Para eliminar as emissões associadas ao desmatamento, o valor varia de US$ 3 bilhões a US$ 8 bilhões, diz o pesquisador.

Há duas semanas a ministra do Meio Ambiente Marina Silva anunciou que o Brasil conseguiu reduzir a taxa de desmatamento da Amazônia. Segundo a ministra, neste ano devem ser devastados ilegalmente cerca de 9,6 mil quilômetros quadrados, diante dos 14 mil quilômetros quadrados destruídos entre agosto de 2005 e julho de 2006. (com informações agência EFE e CLICRBS)

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