JEFF CORWIN NO BRASIL

Há um sentimento de urgência em todas as frases que saem da boca do americano Jeff Corwin. Estrela do programa sobre vida selvagem mais popular da televisão mundial, Jeff Corwin em Ação, o apresentador acredita que sua tarefa é mais do que somente entreter. “Uma espécie se extingue a cada vinte minutos e, em boa parte, nós somos os responsáveis”, diz ele. “A quinta grande extinção em massa do planeta, a dos dinossauros, aconteceu há 65 milhões de anos pela queda de um asteroide. A sexta pode estar em curso e, desta vez, nós somos o asteroide. Se continuar assim, vamos aniquilar metade das espécies do planeta antes do fim do século”. Corwin, que acaba de visitar o Brasil para tomar parte no Fórum Global de Sustentabilidade, realizado no Festival SWU de Música e Arte, é uma das grandes celebridades do movimento conservacionista. Seu novo projeto é a criação de uma rede interativa de apoio para a nova geração de preservacionistas. “Não importa onde esteja, se tiver uma conexão à internet você poderá usar a JeffCorwinConnect para garantir que agressões ao meio ambiente serão divulgadas para o mundo”, diz ele.A criação dessa rede global de cidadãos verdes é uma das maneiras que Corwin encontrou para combater o que chama de tempestade de extinção, uma força de destruição provocada, principalmente, pelo aquecimento global, pela poluição, pelo consumo excessivo de recursos ambientais e pelo crescimento populacional. Para Corwin, a morte de anfíbios é a prova cabal de que essa extinção já começou. Depois de 350 milhões de anos de existência, o número de espécies de anfíbios deve cair pela metade, de 6 000 para 3 000, nas próximas quatro décadas. “Os anfíbios são tremendamente suscetíveis a pioras na qualidade do ar e da água e a mudanças de temperatura. Sua morte em massa é um alerta de que o planeta está em perigo.” Em seu livro mais recente, 100 Heartbeats (100 Batidas de Coração: a Corrida para Salvar as Espécies Mais Ameaçadas da Terra, ainda não publicado no Brasil), Corwin fala de espécies cuja população selvagem está reduzida a cerca de cem indivíduos — número que indica a iminência da extinção. A ideia para a obra surgiu num diálogo desconcertante com a filha Maya, de 7 anos. A menina o viu segurando uma rã dourada do Panamá num vídeo e pediu para observar de perto o animal. “Respondi que não era possível, pois aquele era o último indivíduo conhecido da espécie. E ela me disse: ‘Papai, você falhou’. Como se eu não tivesse feito meu trabalho”.100 Heartbeats ganhou uma versão em documentário transmitida pela rede americana NBC no ano passado. “Cada vez mais, penso na televisão como uma ferramenta para educar”, diz Corwin. O documentário chegou ao topo do ranking de audiência, assim como Jeff Corwin em Ação, que já alcançou a marca de 13 milhões de pessoas só nos Estados Unidos (índice comparável ao dos seriados populares, como The Big Bang Theory e Two And a Half Men). Apesar de ter sido gravado entre 2001 e 2005, o show passa até hoje na TV americana e é retransmitido para mais de setenta países. No Brasil, os programas de Corwin são exibidos pela rede de canais pagos Discovery. (com informações Planeta Sustentável)

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