As chuvas devastadoras na região serrana do Rio de Janeiro são um indício do que vai acontecer com cada vez maior frequência e intensidade por causa das mudanças climáticas. O aviso é do pesquisador Jay Gulledge, do Pew Center on Climate Change, instituto de estudos americano. Gulledge relacionou a sequência de eventos climáticos extremos recentes, como as enchentes na Austrália, no Sri Lanka, na África do Sul, além daquelas no Rio de Janeiro. Todas sem precendentes no registro histórico. Embora nenhum desses eventos possa ser atribuído isoladamente ao aquecimento global, os cientistas afirmam que esses acontecimentos radicais representam um mundo no caminho das mudanças climáticas. “Qualquer um desses eventos é extraordinário”, diz Gulledge. “Mas o conjunto deles não poderia acontecer sem um aumento de calor no oceano. Não faria sentido ignorar essa relação”. A atmosfera da Terra está com a maior concentração de gases de efeito estufa dos últimos 15 milhões de anos. Esses gases acumulam o calor do Sol, esquentando o ar e o oceano. Oceanos mais quentes liberam mais umidade. E uma atmosfera mais quente pode reter maior umidade em suspensão. Quanto mais umidade, mais fortes são as tempestades que se precipitam sobre nós. O relatório do IPCC, o painel da ONU para mudanças climáticas, que tende a ser conservador, já tinha apontado essa tendência. O texto de 2007 diz que chuvas fortes (e secas extremadas em alguns lugares) estão ligadas ao aumento da concentração de gases poluentes na atmosfera. Um estudo publicado no ano passado pela Academia Nacional de Ciências, dos Estados Unidos, diz que cada elevação de um grau centígrado na média da Terra pode trazer um aumento de 3% a 10% nas chuvas fortes. “Se você acha que está ruim agora, quando estamos com um aquecimento de 0,7 grau, espere até chegarmos ao 3 ou 4 graus de aquecimento”, disse Gulledge. “Não há razão para imaginar que não vai ficar pior e pior.” Mensagens como essas podem ser lidas como pessimismo. Mas são um alerta importante. Diante de um mundo de aquecimento global, com eventos extremos cada vez mais frequentes, é mais importante do que nunca coibir as construções em áreas de risco. Nossas cidades terão que ser capazes de suportar chuvas recordes. Isso inclui evitar a ocupação indiscriminada das encostas e margens de rio. (fonte Blog do Planeta)
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