MAIOR DESASTRE ECOLÓGICO NO TAIM

O incêndio que atinge desde a noite de segunda-feira a Estação Ecológica do Taim já é o maior desastre da história do parque. A área do litoral sul do Estado consumida pelas chamas alcançou pelo menos 3 mil hectares e, até a noite de ontem, o fogo não dava sinais de arrefecer. O vento forte, além de alastrar os focos, oferece riscos e prejudica o controle das labaredas. Nos sobrevôos do helicóptero do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), técnicos observaram aves, répteis e mamíferos atingidos. Atraídos pelo calor, por terem a temperatura corporal baixa, espécies como jacarés e cobras deverão ser as mais atingidas, apesar de não andarem em direção ao fogo, pois se sentem acuadas pela fumaça. Aves como tarrãs, garibaldis e colhereiros também podem ter ninhos atingidos, já que é época final de seus ciclos reprodutivos. As condições meteorológicas, com a falta de chuva e a variação da direção do vento, impediram a ação por terra, já que não havia segurança para ficar próximo às áreas em chamas. Ontem, a prefeitura de Santa Vitória do Palmar decretou situação de emergência.O foco maior, ao norte do banhado, chegou a ser controlado na noite de terça-feira. O vento havia cessado, e as equipes se concentraram em focos menores, mais ao sul. Ontem, o vento leste passou a nordeste e ficou mais forte, levando risco aos mais de 120 pessoas que tentavam conter o fogo.O combate passou a ser concentrado via aérea. Além do helicóptero, um avião agrícola despejou água sobre áreas críticas. A Polícia Rodoviária Federal interditou a BR-471 nos momentos em que a aeronave parava para pousar e abastecer. Um helicóptero da Marinha, equipado para esse tipo de trabalho, deve juntar-se hoje à tarefa. No final da tarde, a estimativa era de que 3 mil hectares haviam sido queimados. Com a velocidade das chamas, a previsão era pessimista: 5 mil hectares podem ser atingidos. (com informações ZH)