TRAGÉDIA EM ANGRA DOS REIS/RJ

Embora a ocupação desordenada do solo possa se tornar um fator de risco para deslizamentos de terra, a instalação de novos empreendimentos na Área de Proteção Ambiental (APA) de Tamoios, na Ilha Grande, em Angra dos Reis, foi flexibilizada pelo governo estadual, no ano passado. O Decreto 41.921/09, autoriza a instalação de novos empreendimentos em zona de conservação de vida silvestre da reserva, formada por cerca de 100 ilhas, além de uma faixa costeira de cerca de 80 quilômetros. Anteriormente, só eram permitidas reformas e ampliações das construções. O documento motivou uma série de protestos de entidades ligadas ao meio ambiente, do Ministério Público e até mesmo de órgãos de governo, que consideram o diploma inconstitucional. Infelizmente, essas situações só vem a tona depois de tragédias como a que ocorreu em Angra e Ilha Grande. As construções em áreas de risco só prejudicam a população, sendo o governo que autorizou ou não fiscalizou e, em certos casos, as pessoas que ocupam sem o devido cuidado, os responsáveis. Cedo ou tarde, o ambiente fragilizado acaba por mostrar a sua face prejudicial. E resta chorar a morte das pessoas, a perda material e torcer que isso não ocorra novamente.

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