NÍVEIS DE CO2 AUMENTAM MAIS QUE O PREVISTO

Os níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera aumentam a um ritmo muito mais rápido do que indicado nas últimas previsões, segundo novo estudo de uma equipe internacional de cientistas. De acordo com a pesquisa, desde o ano 2000 as emissões de CO2 que chegaram à atmosfera superam em 35% os cálculos da maioria das previsões de mudança climática utilizados até agora, segundo o jornal inglês The Times.

As conclusões dos cientistas têm fortes implicações para as previsões sobre o ritmo de aumento das temperaturas do planeta. Elas significam que a mudança climática será mais difícil e mais trabalhosa de ser controlada do que se pensava até agora. Tudo isso quer dizer ainda que a comunidade internacional terá de aumentar esforços na luta contra a mudança climática. Segundo o professor Nicholas Owens, da British Antartic Survey (BAS), dedicada ao estudo da Antártica, os últimos dados são muito preocupantes.

Em fevereiro, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), criado por iniciativa da ONU, previu que as temperaturas do planeta aumentariam até 6,4 graus centígrados nos próximos 100 anos. No entanto, os dados obtidos por Corinne Le Quéré, cientista da British Antarctic Survey e da Universidade da Anglia Oriental (Inglaterra), podem obrigar o GICC a rever suas previsões. – As diferenças em relação a essas previsões são muito grandes e dão medo. Os cenários previstos pelo GICC, por mais sombrios que pareçam, são otimistas demais – afirma a especialista, citada pelo Times.

O novo estudo identifica o uso ineficiente dos combustíveis de origem fóssil como a causa principal do aumento das emissões e atribui o fenômeno em grande medida às novas centrais térmicas de carvão construídas na China e na Índia. Simulações anteriores de mudança climática incluem em seus cálculos o crescimento da economia global devido à aparição dos novos gigantes, mas também partem do pressuposto de que continuará a tendência de um uso mais eficiente dos combustíveis fósseis. As últimas pesquisas indicam, por outro lado, uma menor absorção do CO2 tanto pela massa oceânica quanto pela própria biosfera.

Segundo um recente estudo da universidade, a quantidade de CO2 absorvida pelos oceanos caiu pela metade entre meados da década de 1990 e 2005. Apenas metade do C02 liberado na atmosfera fica lá: a outra metade é absorvida praticamente em partes iguais pelos oceanos e pela "biosfera" terrestre.Em 2006, as emissões globais de C02 atingiram um volume de 9,9 bilhões de toneladas, o que representa um aumento de 35% em relação aos níveis de 1990.A menor capacidade de absorção dos oceanos e da biosfera significa, segundo Le Quéré, que "a estabilização dos níveis de CO2 na atmosfera será mais difícil de conseguir do que se pensava anteriormente". - Comprovamos que quase metade da perda de eficiência de absorção pelos oceanos se deve à maior força dos ventos – afirma a especialista. (com informações ClicRbs)

Nenhum comentário: