Estudo elaborado pelos economistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) analisa que os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não afastam o risco de insuficiência da oferta de energia no país até 2013, mesmo que as obras não sofram atrasos. O trabalho foi publicado no site do Ipea no último dia 28 de fevereiro. O estudo traça um paralelo entre o consumo de energia e o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país e mostra que, na medida em que o PIB cresce, cresce também a demanda. Isso é medido no trabalho pela elasticidade-renda da demanda, que é o grau de sensibilidade que se tem a partir do momento em que se mexe em uma determinada variável. No caso, essa variável é o PIB. Os economistas admitem que existiria então risco de novo desabastecimento de energia. “Se não chover adequadamente, os reservatórios ficarem baixos, se o PIB crescer muito”, tendo em vista que cerca de 75% da energia gerada no Brasil provêm de fontes hídricas. Em seguida, é preciso torcer para que a elasticidade da demanda com relação ao PIB não seja muito maior do que um. “Ela vai continuar sendo um pouco maior do que um, mas que seja o mais próximo de um possível”.A terceira recomendação é que o PIB não deve crescer muito. Porque se o PIB crescer em torno de 6% a 7% é muito bom para o país, mas representará uma necessidade maior de energia, destacou. “E aí vai examinar a elasticidade. Se ela ficar muito alta, significa que a cada ponto percentual do PIB nós vamos precisar de mais energia”. Nesse contexto, afirmou que as obras que estão em execução no PAC podem não ser suficientes para suprir a demanda no período pesquisado.No curto prazo, o estudo aponta a necessidade de que sejam tomadas algumas medidas, entre as quais a contratação de dois ou três reconversores de gás natural liquefeito (GNL), o aumento da capacidade das caldeiras das usinas térmicas movidas a bagaço de cana, além do cumprimento do cronograma de entrada em funcionamento das usinas térmicas movidas a óleo combustível, resultantes do último leilão de energia realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Tudo isso, porém, levando em conta as chuvas. “Caso contrário, a insuficiência de oferta já deverá ser observada em 2009”. No médio e longo prazos, não há como fugir dos grandes projetos de energia elétrica, como a construção das usinas de Jirau e Santo Antonio, no rio Madeira (RO). (com informações Agência Brasil)
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